Comer mais vezes ao dia ajuda a
diminuir níveis de colesterol
LONDRES (Reuters) - Controlar os níveis de colesterol
não depende apenas de uma dieta balanceada, mas também
de quantas vezes por dia a pessoa come, revelou uma pesquisa
publicada no The British Medical Journal na sexta-feira.
Homens e mulheres que comem seis ou mais vezes ao dia têm
a taxa de colesterol 5% mais baixa do que os que comem menos
vezes, o que pode significar um risco menor de doenças
cardíacas, a causa número um de morte em muitos
países ocidentais.
"Se você já se alimenta de uma maneira
saudável e quer ainda mais vantagens, pelo menos
no que diz respeito ao colesterol, dividir suas refeições
para comer com maior freqüência pode proporcionar
um benefício adicional", afirmou a professora
Kay-Tee Khaw, da Universidade de Cambridge.
Khaw e sua equipe entrevistaram mais de 14 mil pessoas
com idades entre 45 e 75 anos sobre hábitos alimentares,
incluindo refeições, intervalos para lanches
e petiscos, e mediram suas taxas de colesterol.
Os estudiosos descobriram que as concentrações
de colesterol eram aproximadamente 5% mais baixas em pessoas
que se alimentavam mais vezes ao dia do que as dos que comiam
com menor freqüência. Eles não levaram
em conta a massa física, a quantidade de exercícios
e o hábito de fumar.
Embora a redução de 5% não pareça
ser significativa, ela poderia ter um grande impacto no
risco de doença cardíaca. "A partir de
outros estudos sabemos que uma redução de
5% do colesterol pode estar associada a 10% na redução
do risco de enfermidades coronárias", acrescentou
ela.
Experiências feitas com animais de laboratório
sugerem que comer grandes quantidades de alimento depois
de um período longo sem se alimentar muda a forma
como a gordura é armazenada e aumenta os picos de
insulina que induzem as enzimas do fígado, responsáveis
pelo metabolismo.
"Caso você coma com mais freqüência,
você não tem picos grandes de insulina. Portanto,
as enzimas responsáveis pela produção
do colesterol funcionam diferente e você não
apresenta níveis elevados da substância",
explicou a especialista.
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