ALTERAÇÕES
ELETROCARDIOGRÁFICAS EM PACIENTES MANTIDOS EM HEMODIÁLISE
HOSPITAL UNIVERSITÁRIO ALZIRA VELANO
Disciplina de Nefrologia/Liga de
Nefrologia
Patrícia Brandão da Silva, CM Peloso, SM Souza e Souza, GF Fazanaro,
JZ Maiolino, OJ Rodrigues, NA Santos, ELB Martins, RR Ribeiro e FR Lello Santos
Introdução: As complicações cardiovasculares
constituem a principal causa de mortalidade em pacientes com DRC. Para detecção
de alterações morfofisiológicas cardíacas dispõe-se
do eletrocardiograma (ECG) que, apesar de baixa especificidade, é um
exame não invasivo e disponível nos centros de diálise.
Com a finalidade de detectar alterações eletrocardiográficas
em pacientes assintomáticos mantidos em hemodiálise (HD), foi
proposta a realização do ECG durante a sessão dialítica
dos pacientes da TRS do Alzira Velano.
Material e métodos: Foi realizado o ECG convencional, com 12 derivações,
durante a sessão dialítica de 51 pacientes no centro de TRS do
Alzira Velano.
Resultados: Trinta homens e vinte e uma mulheres com idade variando de 22 a
82 anos (52,4?14,7), mantidos em HD entre 2 e 94 meses (32,3?24,2), com hemoglobina
de 10,0±2,1, apresentaram os seguintes achados ao ECG: Sobrecarga atrial
esquerda, 43,2%; hipertrofia ventricular esquerda, 39,3%; alteração
de repolarização, 37,3%; alteração de ritmo (BDASE,
BRE), 27,5%; alteração isquêmica, 19,7%; normal, 15,7%;
sobrecarga ventricular direita em 1 paciente.
Discussão: As sobrecargas de câmaras, SAE e HVE,
foram as principais alterações encontradas. A HVE correlaciona-se
a um alto risco de morte súbita nesta população e o ECG
mostrou-se sensível à detecção dessas alterações.
Somente em oito pacientes (15,7%) não encontramos alterações
ao ECG. O ambiente urêmico apresenta vários fatores de risco para
o desenvolvimento de doença cardiovascular, incluindo os tradicionais
e os não tradicionais. A HAS e a sobrecarga hídrica, comumente
encontrada nessa população dialítica, são os principais
responsáveis por estes achados. No grupo em estudo, a presença
da anemia comporta-se como um fator não-tradicional de risco que contribui
para o desenvolvimento e progressão de anormalidades estruturais no coração.
Esta condição deve ser corrigida inclusive na fase pré-dialítica.
Conclusões: O ECG é um importante instrumento
para estratificação de risco de anormalidades miocárdicas.
A anemia pode contribuir para as alterações cardíacas.