TRATAMENTO DE ANEURISMA DA ARTÉRIA POPLÍTEA COM ANEURISMECTOMIA E INTERPOSIÇÃO DE VEIA FEMORAL SUPERFICIAL

CARVALHO, J.B.V.; SOUZA, A.C.; OLIVEIRA, J.R.; DUARTE, A.B.B.; CARVALHO, T.B.O..

Departamento de Cirurgia
Faculdade de Ciências Médicas da UNIFENAS
Hospital Universitário Alzira Velano

Objetivo: Apresentar um caso de aneurisma da artéria poplítea tratado cirurgicamente com ressecção e reconstrução arterial com interposição de segmentos de prótese de Dacron e de veia femoral superficial reversa.

Relato de caso: Paciente J.B.F., 65 anos, atendido no Hospital Universitário Alzira Velano Universidade de Alfenas, Minas Gerais, Brasil, com queixa de há um dia sentir dor de forte intensidade em membro inferior esquerdo que se iniciava no joelho e terminava no pé. Associado a esse quadro apresentava parestesia, hipotermia e cianose da região com ausência de pulso poplíteo e pedioso. Foram realizados Dopplerfluxometria e Dupplex Scan sendo comprovado a ausência de fluxo distal no membro inferior esquerdo e a presença de AAP trombosado medindo 4,0 x 2,5 x 3,0 cm (diâmetros respectivamente longitudinal, transversal e ântero-posterior).
O paciente tabagista por 56 anos, 30 cigarros por dia. Relatava cirurgias de safenectomia bilateral.
Ao exame físico o paciente apresentava membro inferior esquerdo hipotérmico e cianótico, com pulso femoral presente mas pulsos poplíteo e dorsal do pé ausentes à esquerda e contralaterais amplos. Dupplex scan evidenciou aneurisma de artéria poplítea esquerda trombosado.
O paciente foi encaminhado para cirurgia de emergência com diagnóstico de insuficiência arterial aguda devido a presença de aneurisma de artéria poplítea esquerda trombosado com oclusão total da artéria poplítea e ausência de fluxo distal.
Este foi aberto, retirados os trombos encontrados em seu interior e ressecado. Como o paciente havia sido submetido a safenectomia magna bilateral e as veias safenas parvas não apresentavam calibre satisfatório para uma interposição venosa, optou-se, neste caso pela retirada de segmento de veia femoral superficial direita através de acesso anterior (inguinotomia longitudinal direita), com mudança do decúbito para dorsal. Após fechamento da incisão de inguinotomia anterior, o paciente foi reposicionado em decúbito ventral e a continuidade arterial reestabelecida com interposição de segmento da veia femoral superficial direita de forma reversa com a artéria poplítea esquerda. Para evitar tensão optamos pela utilização de segmento de prótese de Dacron de 6 mm de calibre e de comprimento de 4,0 cm na terminação distal do enxerto . Investigação para aneurisma da aorta abdominal e AAP à direita não se encontrou aneurisma. O paciente encontra-se em controle ambulatorial com boa evolução.
Temos confirmado assim a viabilidade da utilização da veia femoral superficial, em situações de exceção e na urgência, como relatado na literatura, quando não encontramos outra opção para procedermos à reconstrução arterial. Os resultados obtidos até o momento são aceitáveis mas um seguimento maior destes pacientes é necessário para estabelecermos o real papel do emprego de veias do sistema venoso profundo dos membros inferiores em revascularizações.

Conclusão: Temos confirmado assim a viabilidade da utilização da veia femoral superficial, em situações de exceção e na urgência, como relatado na literatura, quando não encontramos outra opção para procedermos à reconstrução arterial. Os resultados obtidos até o momento são aceitáveis, mas um seguimento maior destes pacientes é necessário para estabelecermos o real papel do emprego de veias do sistema venoso profundo dos membros inferiores em revascularizações.